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Foge dos lugares comuns IV

 Difícil quando, ao mesmo tempo que brincas com palavras, inventas mundos e te desconstróis, há algo ou alguém a travar lutas por ti, mesmo desconhecendo que são batalhas a várias frentes.   Aumenta a probabilidade de derrota.  
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Foge dos lugares comuns II

Foste apanhada na pior encruzilhada possível, trânsito caótico, onde serás irremediavelmente atropelada, estropiada, maltratada. Por mais ses que concebas, mais hipóteses que construas, vês finalmente que nunca tiveste uma possibilidade de não seres empalada.    A dor de saber não muda nada.  

Never ending story

Ele não deixa de tentar. Mesmo que tenha passado mais de meia década. Passa os dedos pelo cabelo. Como deixar de tentar. É ela que ele quer. Está no seu sangue, no seu sopro, no seu corpo. Tem toda a história que viveram e viveriam (viverão!) bem articulada e presenciada. Olha para ela e vê-a. Conhece-a sempre. As piadas, o jeito. O que a faz rir. Sempre. Isso não mudou. Deus, como a ama tanto. Como mostrar-lhe? Envia-lhe mensagem, vídeos, imagens. Sabe que força um pouco o ritmo. Com ela, atrapalha-se. Quer dizer as coisas certas e tem noção que dá tiros no pé. É só ela que quer. Por isso insiste. Sabe que não acabou. 

Provocação

 É tão óbvio. É tão óbvio que ou continuamos a dançar a mesma dança ou então, que escolhi o momento certo para lançar a seta que derrubou exércitos e que me fez senhora do meu destino e do meu reino.   Eu ganhei de qualquer maneira. A única batalha onde queria apenas ter-me rendido.

Sopro, Sussurro, Rajada

 Sem aviso penso o que será que achas desta música. Gostarás desta cantora? Ainda te acontece sonhar ao som das vozes que te inspiram?  Já não te conheço.  (outro dia) Sinto um soco algures (aqui. aqui. e aqui) ao ver o reconhecimento. O impacto gela-me, a sincronicidade derrete partes de mim. Sim, essas que estão escondidas e vivas num cenário hipotético, falso e manifestamente louco.  

TAKE VII

 Engulo em seco ao ver-te. Estás mais velha e nota-se. Emagreceste. Cortaste o cabelo. Tens rugas na cara. Digo as banalidades típicas de um encontro casual. Tu sorris. E dizes uma piada qualquer das tuas a tentar descontrair o momento. Continuas a ser tu. Tão direta que nem te apercebes como isso é sedutor. Achas que isso é uma fraqueza. E eu, sinto-me a desmontar.

IMORTALIDADE

 Eu ria-me, sem maldade, mas incrédula. Era tão ingénua, ignorante. Ria-me dos que sofrem através dos tempos e dos espaços. Zombava dos que nas sombras tremem e anseiam, dos que se preocupam, mesmo sem papel, sem drama, sem protagonismo. Há um lado meu que ainda ruge ao ouvir o teu nome, que se sobressalta ao pressentir as tuas angústias, que te quer dar colo na possibilidade de estares triste, zangado ou só.   Por outro lado, sinto o ferro do fracasso e o peso húmido da banalidade nos olhos.  A humilhação do desperdício congelado. Ali, nu, para quem quiser ver. Sinto os meus risos nos ouvidos uma e outra vez. Mesmo que grite, num murmúrio, saber de que nada tenho de me envergonhar. Inspiração: "Tu foste o meu erro mais bonito"